Existe uma forte ligação entre a mulher e as famílias. Assim, a história da mulher e das famílias se entrelaça. Por essa razão, Maria Berenice Dias sintetiza a mulher e as famílias como uma relação de causa e consequência.
Por longos anos, as famílias serviram de ambiente próprio para perpetuar desigualdade de gêneros. A família matrimonial, patriarcal e hierarquizada confirma muito bem esse atributo.
No Brasil, durante a vigência do Código Civil de 1916, a mulher casada era considerada relativamente incapaz. A figura do homem estava em destaque, como aquele membro que centralizava todas as decisões, o patriarca. Nesse período, somente o casamento legitimava a família.
Somente na década de 60, a capacidade plena é devolvida e a mulher casada passa a ser colaboradora do marido.
Com a Constituição Federal que temos consideráveis avanços a fim de mitigar desigualdade entre o homem e a mulher, principalmente aquelas decorrentes das relações familiares.
Destaque para a espécie de família formada por um dos ascendentes e a prole. Por longos anos, esse modelo foi assombrado pelo estigma da “mãe solteira”.
O reconhecimento da família monoparental pela Constituição de 1988 é uma tentativa para reparar tamanha marginalização que inúmeras mulheres sofreram.
O texto constitucional representa importante marco para romper com uma visão de que a mulher vinculava-se apenas a afazeres domésticos e ao caráter de procriação da família. A mulher agora ganha outros atributos.
Atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro pauta-se pelo respeito à autonomia individual da mulher de se casar ou não; de constituir união estável; ter filhos biológicos ou adotivos.
A mulher hoje é única por suas escolhas; porque decidiu que pode trabalhar; que pode ocupar postos de trabalho antes inimagináveis. Ainda que existam desigualdades e discriminações pelo fato de serem mulheres, hoje a mulher tem voz e poder de decisão.
A mulher e as famílias hoje reverberam sentimento de liberdade e de autonomia. Confirmam que a história é algo para ser construído e que o mais importante não é proteger meramente a instituição família, mas, tutelar adequadamente os seus membros dentro de uma perspectiva eudemonista – família como ambiente próprio para que seus membros realizem seus projetos de vida e felicidade.
Se você se interessou pelo assunto, recomendo leitura do texto produzido por Maria Berenice Dias.
Excelente tema, Professora Mariana. É preciso chamar a atenção para a igualdade de gêneros, elemento indispensável em uma sociedade sem preconceitos.
Caro Professor René,
O tema é atual e a abordagem é necessária.
Precisamos discutir a igualdade de gêneros nas relações familiares e na sociedade.
Por isso, escrevi a respeito.
Agradeço as considerações
Forte abraço
Professora Mariana um tema muito interessante para igualdade de gêneros e que aborda sobre a vida de uma mulher, vale ressaltar que uma mãe solteira sofre muito preconceito ao meu ver.E tem muitos homens que acham que a mulher tem que servir eles e não aceitam elas serem independentes.
Olá Camila,
Realmente um tema que precisa ser debatido para alcançarmos de fato mudanças de comportamento.
A igualdade de gênero não pode ficar apenas no plano legal, mas que seja realidade nas relações sociais e familiares.
Abraço
Em muitos lares as mulheres são as principais ou até únicas provedoras do lar. Assim percebemos que no decorrer da história que as leis foram se adaptando as diversas formas de constituição da família. Deste modo, a Constituição Federal de 1988 reconheceu a igualdade entre homens e mulheres, mesmo assim ainda existem diversas desigualdades, e direitos que são negligenciados e mesmo tendo amparo legal que são ineficazes. Assim, as mulheres ainda tem muitas lutas pela frente em busca de seus direitos, autonomia, dignidade, respeito e igualdade plena. Não é a busca pela masculinização da mulher, mas por suas garantias constitucionais… Leia mais »
Olá Maryanne,
De fato a desigualdade de gênero ainda é gritante, embora nosso arcabouço constitucional determine a igualdade.
Assim, concordo com você que ainda temos muita luta pela frente. A conscientização é um grande passo, para que a desigualdade não fique velada.
um abraço e fico feliz que você tenha se interessado pelo conteúdo.